Exagerar um pouco no final de semana é uma coisa. Comer rápido demais, (mesmo sem fome), continuar comendo apesar de saciado, devorar alimentos em segredo e sentir culpa ou tristeza pelos ataques: tudo isso pode ser sintoma de compulsão alimentar.
O assalto à geladeira durante a noite, por exemplo, é um comportamento típico do descontrole alimentar – problema que atinge até 4% da população em geral e 6% dos obesos. Os dados são da Associação Americana de Psiquiatria.
Mas qual a origem desse distúrbio e como frear o desejo quase irracional por comida? É o que você vai ficar sabendo no artigo de hoje.
Conheça alguns motivos que levam a comer compulsivamente
- Distúrbio químico causado por desequilíbrio nos mecanismos da fome e da saciedade
- Sentimentos de ansiedade e depressão ou outros transtornos psíquicos
- A pessoa demora a sentir satisfação ou percebe uma necessidade de comer o tempo todo, praticamente sem intervalos entre as refeições
Em geral, os compulsivos alimentares ingerem qualquer tipo de comida em grandes quantidades – não precisam ser necessariamente aquelas delícias gordurosas e pesadas.
E os ataques costumam acontecer mais no final da tarde e à noite. Episódios nos quais a pessoa chega a ingerir até 50% das calorias totais que consumiria em um dia.
Por exemplo: a ingestão de 15 mil calorias em 2 horas, sendo que um adulto normal precisa de aproximadamente 2 mil calorias diariamente para manter o funcionamento do organismo.
O resultado: 75% das pessoas com esse distúrbio químico no sistema de saciedade engordam bastante. Aquelas que não ganham peso fazem parte de uma minoria privilegiada, ou porque tem compensação calórica inconsciente ou porque possuem um metabolismo ótimo.
O mecanismo de prazer funciona assim: depois do exagero à mesa, o corpo liberta serotonina, o hormônio responsável pela sensação de bem-estar. A chegada desse hormônio ao cérebro faz parte dos mecanismos da saciedade.
O hipotálamo, que fica no centro do cérebro, controla a fome, a sede e a temperatura; aumenta a saciedade e conclui que é hora de parar de comer.
Mas quem tem compulsão alimentar funciona mais ou menos como um carro sem freio, e vai abocanhando qualquer coisa o tempo todo, mesmo quando não precisa de energia. O descontrole pode chegar ao ponto de ingerir alimentos crus ou congelados.
As mulheres costumam ser as maiores vítimas do problema, e ainda acrescentam o comportamento compulsivo a remédios (sem prescrição) para emagrecer e dietas radicais.
O que pode gerar ainda mais insatisfação, descontrole e um círculo difícil de quebrar.
Transtorno bipolar e uma personalidade de excessos também podem estar associados à compulsão alimentar. E a pessoa acaba tendo um comportamento similar ao que teria com as drogas e as compras.
Como controlar a Compulsão Alimentar
Apesar dos avanços, quando o tema é compulsão alimentar normalmente se fala de tratamento e controle, mas não em cura.
Para isso, mudanças no estilo de vida, prática de atividades físicas e reeducação alimentar, ou seja, cuidados comportamentais, fazem toda a diferença.
Uso de remédios antidepressivos, que atuam nos caminhos da serotonina no organismo, e indutores de saciedade também podem ajudar a minimizar os abusos gastronômicos.
O exercício físico é um capítulo à parte, pois é vital na redução da depressão e ansiedade, liberando endorfina. Esse hormônio que proporciona sensação de prazer substitui a serotonina liberada pela comida, cujo efeito é similar.
Outra razão para investir na prática regular de atividades físicas é, obviamente, a queima de calorias.
São ações que facilitam o controle do peso e a melhora do funcionamento do intestino e do organismo como um todo, favorecendo o tratamento da compulsão alimentar. Agora que você já tem mais informações, fique atento aos sinais que sua mente e corpo mostram. Cuide-se!
Até a próxima!
Realmente os exercícios físicos ajudam a controlar a compulsão alimentar.